Personalidades Ilustres

GISUKE TAKENAKA (竹中儀助

1889 (Ano 22 do período Meiji) -1965 (ano 40 do período Showa)

Local de nascimento: Shirahama

Nasceu em 1889 (Ano 22 do período Meji) em Tonda-mura, Nishimuro-gun (atualmente: Shirahama). Em 1915 (Ano 14 do período Taisho) foi para Manchúria e vendeu grãos e fertilizantes por atacado e varejo, como também farelo de soja. Em seguida, retornou ao Japão para participar do 61º Regimento de Infantaria de Wakayama. Em 1929 (Ano 4 do período Showa) decidiu emigrar para o Brasil. Ele se instalou na zona rural de terras férteis de Santa Ernestina na Estrada de Ferro Araraquara.

Em 1931 (ano 6 do período Showa) entrou na Companhia Industrial Estrangeira Almanzesan e foi designado como diretor comercial. Gisuke Takenaka, implementou a área de fertilizantes e criou uma rede extensa de vendas. Ele ganhou grande credibilidade por causa de sua honestidade e seriedade, tornando-se independente em 1945 (Ano 20 do período Showa). Mais tarde, criou a empresa “Comercial Takenaka” que lidava com máquinas agrícolas, produtos químicos agrícolas e fertilizantes e em 1954 (Ano 29 do período Showa) a empresa é reestruturada como “Comercial Takenaka Corporativo”.

Sendo as terras fora de São Paulo de natureza ácida, mandou trazer fertilizantes fosfatados do Japão. Ele explicou aos residentes locais a eficácia dos fertilizantes e ensinou-lhes o método correto de manuseio. Além disso, mandou trazer os antibióticos para atacar as pragas e ensinou o método de dispersão por meio de um atomizador potente. Além disso, convidou um agrônomo japonês e designou tarefa de viajar para todas as áreas para fazer avaliações de terra, ensinando técnicas agrícolas utilizando um projetor de slides. Graças a serviços dessa natureza, os negócios da Companhia Takenaka avançaram favoravelmente ao grau de estabelecer filiais em cada região do Brasil.

Em julho de 1953 (Ano 28 do período Showa) a Província de Wakayama sofre uma grande inundação que deixou mais de 1.000 mortos e desaparecidos. Como parte das medidas de salvar as vítimas, a província decidiu enviar imigrantes para o Brasil. Takenaka atuou como presidente da Companhia Imobiliaria Wakayama, criado como órgão para receber os imigrantes. Ele recebeu calorosamente os imigrantes e com grande empatia ajudou na busca e gestão de tarefas. Além disso, como presidente da Associação de Imigrantes de Wakayama no Brasil, estendeu sua mão a todos os seus imigrantes.

Seiti Takeda (竹田清

Segundo presidente da Associação Wakayama Kenjinkai Brasil

Seiti Takeda nasceu em 1894 (ano 27 do período Meji) em Kirime, Wakayama.

Primogênito de uma família de sete irmãos, foi sargento da 4ª Região do Exército de Osaka durante a era Meiji. Em 1917, chegou ao posto de comandante do 4º Batalhão do Exército de Construção.

Seu pai sempre motivou os filhos a emigrarem do Japão para desbravar novas terras e ampliar os horizontes. Sem exceção, todos filhos de Naoshichi Takeda saíram de Wakayama. Uma parte imigrou para o Brasil e outra emigrou para a Manchúria.

Então, aos 32 anos de idade, Takeda transferiu-se para o Brasil com uma parte da família. Embarcou no dia 4 de junho de 1927 no vapor Santos Maru em companhia de sua esposa Itoe, seu filho caçula Ikuzo, seu irmão Isao e sua irmã Hanako, deixando em Wakayama os filhos Osamu e Eiko, que já estavam em idade escolar e optaram por ficar no Japão para terminar os estudos. Desembarcaram em Santos no dia 21 de julho do mesmo ano.

Em poucos anos em terras brasileiras, abriu a empresa Takeda & Irmão na cidade de Bauru, interior do estado de São Paulo, que comercializava insumos e produtos agrícolas e exportava o café – produto de grande importância nas décadas seguintes.

Em 1938, pouco mais de dez anos após sua chegada, retornou ao Japão para buscar o filho e a filha que lá haviam ficado. Contudo, a filha decidiu permanecer no país, pois já estava com a vida bem ajustada e decidira casar. Então retornou ao Brasil junto com o filho Osamu.

Takeda tinha uma vocação comercial e uma visão de futuro muito fortes, e sempre se dedicou a ajudar os imigrantes japoneses, sobretudo seus conterrâneos de Wakayama. Teve forte atuação na colocação dos imigrantes japoneses nas fazendas próximas à Bauru, independentemente da nacionalidade do proprietário das terras.

No final dos anos 1950 teve a inspiração de construir um hotel no litoral sul de São Paulo, na praia de Itanhaém. Vislumbrou a terra natal Kirime ao olhar para a Praia do Sonho e imaginou um hotel plantado nas pedras no final da praia.

Criou um sistema de uso do hotel atualmente conhecido como “time sharing”, revolucionário para a época e que provou ser um sucesso anos mais tarde.

Atuou com muito empenho na associação Wakayama Kenjinkai, mas afastou-se das atividades por problemas de saúde no final dos anos 1960.

 

YASUTARO MATSUBARA (松原 安太郎)

1892 (Ano 25 do período Meiji) – 1961 (Ano 36 do período Showa)

Local de nascimento: Minabe

Nasceu em 1892 (Ano 25 do período Meiji) na aldeia de Iwamura, Hidaka-gun (atual Minabe). Em 1912 (primeiro ano do período Taisho) alista-se como soldado na organização naval da cidade de Kure, Hiroshima, na Primeira Guerra Mundial, na guerra entre o Japão e a Alemanha como tripulante do cruzador Yahagi. Combateu ativamente no Pacífico Sul e Oceania. Devido aos méritos obtidos durante a ocupação das Ilhas Carolinas recebeu a medalha da Ordem Oitava da Paulownia.

Depois de deixar a milícia, ele se casou em setembro de 1918 (ano7 do período Taisho) e partiu de Nagasaki no navio Sanukimaru para o Brasil. Chega em outubro do mesmo ano e foi designado para a área agrícola de Santa Catarina, na estação Piratininga da linha Paulista.

Depois de 2 anos, é recrutado como intérprete na zona agrícola de Villado. Aqui arrenda terras, contrata trabalhadores por dia e começa a cultivar algodão. Posteriormente, a empresa teve um êxito surpreendente e ele acabou se tornando fazendeiro.

Durante e logo após a Segunda Guerra Mundial, o Japão se encontrava com a maioria de suas fábricas destruídas por ataques aéreos e além do mais, a população tinha aumentado por causa da repatriação dos japoneses que estavam no exterior. Por consequência, começou a inflação, o desemprego e a falta de alimentos gerando uma crise econômica sem precedentes. Nessa crise, Yasutaro, em 1952 (Ano 27 do período Showa) logrou aprovar um pedido ao Conselho de Imigração do Brasil, apoiado pelo presidente da época, Getulio Vargas para trazer 4.000 famílias, 20.000 imigrantes japoneses para 4 locais do Brasil central (Estado de Mato Grosso, Minas Gerais, Bahia e Maranhão), através de um plano para 8 anos (denominado “Plano Matsubara”). Em novembro daquele ano, Yasutaro visitou o Japão. Ele teve audiência com o imperador e foi capaz de negociar com dignitários brasileiros na execução do Plano Matsubara. Diante desta boa notícia o governo japonês lançou imediatamente um apelo para estimular a imigração ao Brasil. A provincia de Wakayama respondeu imediatamente instituindo a Divisão de Imigração em 1953 (Ano 28 do período Showa), e iniciou a imigração assistida pelo governo.

Por outro lado, houve sucessivas fugas de pessoas dos assentamentos de Dourados e Una. Isso fez com que o governo brasileiro exigisse reparos de danos e prejuízos. Havia até mesmo vozes clamando para que o Plano Matsubara fosse suspenso até chegar a uma solução. Além disso, o Presidente Vargas se suicidou, e o Plano Matsubara não foi realizado como se pretendia inicialmente.

Em seus últimos anos, Yasutaro sofria de hipertensão crônica. Em 1953 (Ano 29 do período Showa) retorna para o Japão, e termina o resto de seus dias em silêncio em sua cidade natal, Nambu. Na manhã de 5 de dezembro de 1961 (Ano 36 do período Showa) seus sintomas pioram e deixa este mundo em silêncio, enquanto era acompanhado em sua casa pela sua esposa Matsu.